terça-feira, 29 de junho de 2010

Eu gosto tanto de você

Lanterna dos Afogados


Há muitas coisas no seu coração que você nunca pode dizer a outra pessoa. Elas são você, suas alegrias particulares, suas tristezas, e nunca podem ser contadas. Se as contar, você estará barateando-as, barateando a si mesmo. (Greta Garbo)

sexta-feira, 25 de junho de 2010


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Amor é fogo que arde sem se ver;
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Luís de Camões

sábado, 19 de junho de 2010


Vejo o relevo do teu corpo feito cadáver Debruçado no meio do leito E fico imediatamente derretido, Embriagado pela voluptuosidade das tuas formas E pela perfeição dos débeis tecidos que as envolvem! O que contemplo causa em mim tal cegueira Que todas as hormonas rompem em efervescência E a minha mente ordena que me una a ti rapidamente… Vou ter contigo… Aconchego-me no teu regaço E todo o meu ser entra em brava convulsão! Ficamos os Dois, só os Dois, Com trocas de mimos E com actos de carinho alarmantes e escorregadios. Então, a vontade de Beijos torna-se insuportável E beijamo-nos ardentemente, com muito Amor. Já não há roupas, Apenas corpos misturados num só corpo. Somos uma só boca, uma só saliva! Queremos mais E generosamente, no nosso ninho, Rebentamos Pela necessidade de nos satisfazermos, De satisfazermos a nossa mente e as nossas entranhas… Os carinhos são cada vez mais ternos, doces e intensos E invadimo-nos Numa saborosa telepatia de movimentos e sensações… Sinto a febre dourada que paira entre nós… Convertemo-nos em feras e largamos a suavidade. Esmagamo-nos com toques de Delírio Que obrigam os poros da nossa pele A largar ininterruptamente um suor quente e desajeitado Que escorre até aos nossos umbigos E arde nas mãos de cada um de nós, Formando brasas de rara excitação. Trememos, transpiramos, gememos em loucura Que parece aproximar-nos de uma asfixia conjunta. Comprimimos o ventre do outro no nosso ventre. As línguas vão estimulando os ossos E o prazer é, agora, imponente e incontrolável. Tudo aumenta a sua intensidade. Tu gemes, berras, eu acompanho-te. Arrepiamo-nos e deixamo-nos sufocar pelo orgasmo Que provoca a união do nosso sémen. Somos finalmente UM! Está saciada a nossa sede picante de furor E está gasto o impulso que inflamou em nós. Repetimos o bafo final que faz evaporar o calor E, agora, graciosamente, continuamos a amar-nos, Até mais não! Quando o amor e o sexo se unem eternamente num só... Com a pessoa que realmente amamos, toda a excitação atinge o máximo possível e tudo é fantástico e doce e mágico e bom... Só contigo meu amor, (todos os dias da nossa vida), para todo o sempre...

EU TE AMO MUITO


De todos que me beijaram
De todos que beijei

De todos que me abraçaram
De todos que abracei

São tantos que me amaram
São tantos que amei

Mas tu (que rude contraste)
Tu que jamais beijastes
Tu que jamais abracei
Só tu nesta alma ficaste
De todos que amei...

Paulo Setúbal